A festa foi inspirada nos famosos e belíssimos bailes de máscara venezianos do século XVIII e teve luxo e riqueza que rivalizam com o último baile do Império.
A Ilha Fiscal, na Baía de Guanabara, palco do evento que ficou conhecido como “O Último Baile do Império” realizado dias antes da proclamação da República em 1889, foi cenário, no penúltimo sábado (20/05), de uma das que se supõe ser das mais caras e luxuosas festas da história do Rio de Janeiro. A comemoração marcou os 50 anos da empresária Elaine Caetano Fricker, também qualificada como ‘socialite’ por alguns blogs de celebridades que publicaram as fotos da bonita – e suntuosa – comemoração, que foi regada a champanhe francês e uma cenografia impressionante. Traje? Black Tie.
O evento propôs uma releitura dos bailes de máscaras venezianos do século XVIII. A decoração e a iluminação em vermelho realçavam a edificação em estilo gótico do castelo, dos salões e do torreão. Artistas circenses fantasiados como há 300 anos, chamavam atenção com seus trajes coloridos e máscaras luxuosas. Muitos lustres de cristal foram pendurados pelo palacete oitocentista, que também recebeu mobiliário forrado em veludo vermelho e móveis antigos, tudo com uma caprichada iluminação. Harpistas recebiam os convidados na chegada ao Castelinho, onde uma tenda no estilo do Palácio de Cristal de Petrópolis chamava a atenção.
Festas inspiradas nos bailes de máscaras venezianos estão cada vez mais em alta em todo o mundo
A grande celebração na Ilha ofereceu aos convidados espetáculos imersivos, como shows de samba, jazz e funk, apresentação de harpistas, violinistas, pianistas, dançarinos, artistas circenses e de personagens da commedia dell’arte. Entre as principais atrações, estavam o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, Grupo Molejo, Baile da Favorita, Bateria da Unidos da Tijuca e da Acadêmicos do Salgueiro, com direito a bandeira bordada com o nome da aniversariante.
Visando tornar o momento inesquecível para os convidados da alta sociedade carioca, a empresária contou com uma equipe gigantesca que organizou os detalhes desde os convites até o mobiliário, cenografia, acervo, flores, iluminação, som, lustres, tapeçaria, gastronomia, bebidas, bolo, bem vividos, fotografia e produção de palco. Os irmãos Valéria e Ricardo Laurentino, foram os responsáveis por orquestrar o evento, como cerimonialistas. As flores ficaram por conta do badalado Raymundo Basílio.
A empresária Elaine Fricker
No momento, o local utilizado para a famosa festa da monarquia e que já foi um dos principais pontos turísticos da cidade, encontra-se fechado para a visitação regular do grande público devido às obras de recuperação da estrutura, entretanto, está com reabertura prevista para julho deste ano. Aquela região do Centro teve recentemente inaugurada uma nova iluminação histórica e tem recebido vários investimentos.
O mistério por trás das máscaras
Pouco se sabe sobre Elaine, que prefere manter um perfil reservado no Instagram e cujo nome tem poucas ocorrências no Google, e menos ainda quando não se contabiliza as que falam do evento em questão. A socialite é natural de São Paulo, mas mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de crescimento profissional, e que depois de ser executiva de uma empresa, abriu uma confecção de roupas. Segundo apurado, também investiria em imóveis. Além disso, seria (ou teria sido) proprietária do Leone Caffé, um bistrô com culinária mediterrânea localizado em Ipanema, na Zona Sul do Rio, cujo projeto arquitetônico foi desenvolvido na época pela arquiteta Cristina Brasil. Elaine residiria na Barra da Tijuca, e seu marido seria um empresário suíço.
Uma coisa é fato: todo este mistério casa muito bem com um baile de máscaras veneziano.