Duplicação da Serra das Araras tem 38% da obra concluída e movimenta 5000 empregos

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Uma delegação do CREA-RJ, liderada pelo presidente Miguel Fernández, realizou nesta terça-feira (05/08) uma vistoria técnica nas obras de duplicação da Serra das Araras, um dos principais projetos de infraestrutura rodoviária em andamento no Estado do Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 1,5 bilhão, a intervenção na Via Dutra (BR-116) cobre 16 km de extensão — oito por sentido — entre os kms 225 e 233, em área que abrange os municípios de Paracambi e Piraí.
A obra, conduzida pela EGTC Infra, empresa do grupo Somah Investimentos, inclui a construção de 24 viadutos, duas rampas de escape, passarelas, pontos de ônibus, acostamentos, melhorias de acesso, uma via marginal e até uma feira de frutas voltada aos pequenos comerciantes da região. A expectativa é que a nova pista de subida seja entregue em 2028, e a de descida, em 2029. As pistas atuais serão desativadas após a conclusão.
“Esta é a maior obra de infraestrutura viária do Estado do Rio hoje. Embora seja privada, o Estado precisa voltar a investir em obras como essa. Um plano estratégico para infraestrutura é essencial para os próximos 5, 10 ou 50 anos”, defendeu o presidente do CREA-RJ, ao final da visita de cinco horas ao canteiro.
Segundo a empresa, 38% das obras já foram concluídas. O projeto prevê que a velocidade na descida passe dos atuais 40 km/h para 80 km/h, com redução de 50% no tempo de viagem no sentido Rio e 25% no sentido São Paulo. A obra também deverá gerar cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, com impacto direto para mais de 20 milhões de pessoas entre os estados do Rio e São Paulo.
Durante a visita, os engenheiros conheceram a fábrica de pré-moldados, o setor de britagem, a oficina de máquinas pesadas (265 ao todo, incluindo guindastes de 100 toneladas), além de um briefing de segurança conduzido pela equipe técnica da EGTC. Todos os visitantes utilizaram EPIs obrigatórios.
“Essa obra tem um alto grau de complexidade e inovação. A utilização da treliçadeira nos viadutos, por exemplo, é uma solução moderna que melhora a eficiência e segurança do projeto”, explicou o engenheiro Fábio Villari, gerente corporativo de engenharia da EGTC.
O engenheiro Eduardo Meira, há 26 anos na empresa, apresentou a maquete digital e detalhou os dados: 3,4 milhões de m³ de escavação, 1,9 milhão de m³ de aterro, 129 mil m³ de concreto, 30 milhões de quilos de aço, entre outros. Ele também informou que houve cinco acidentes graves, sendo um com morte, e que o canteiro conta com engenheiro de segurança, médico do trabalho, ambulância e equipe de resgate da Motiva.
A Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA), representada pela engenheira Lucyane Almeida Ferreira, elogiou as práticas adotadas pela empresa. A delegação do CREA-RJ contou com cerca de 20 membros, incluindo técnicos e conselheiros.
A duplicação da Serra das Araras é considerada estratégica para o país, por conectar as duas maiores metrópoles do Brasil, por onde circulam 390 mil veículos por mês, 36% deles caminhões que movimentam mais da metade do PIB nacional.