A escassez de vasilhames de vidro é a principal preocupação apontada pela indústria de bebida alcoólica, em estudo realizado pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) em conjunto com a KPMG. Para suprir a falta, fornecedores planejam investir na produção e, assim, acompanhar o crescimento da produção, estimando em 22,5% até 2025.
Os autores do estudo lembram que a pandemia de covid-19 desafiou diversos segmentos econômicos. No caso do setor de bebidas alcoólicas, nos primeiros meses pandêmicos, houve uma queda de cerca de 70% no volume de vendas. Passado o pior período da pandemia, iniciou-se a Guerra na Ucrânia, trazendo implicações de uma economia globalizada, como crise de logística e efeitos climáticos, pressionando os custos, indisponibilizando insumos e impactando a oferta de matéria-prima, água e energia.
Ao buscar entender melhor o cenário atual e antecipar as tendências, o estudo setorial da Abrabe e da KPMG constatou que, além da escassez de vasilhames de vidro, o aumento de custos de insumos agrícolas e o prazo de entregas de equipamentos foram apontados por vários players do setor como desafios a serem superados nos próximos anos.
O estudo, intitulado Desafios da Cadeia de Abastecimentos da Indústria de Bebidas Alcoólicas, destaca a grande dependência do setor de insumos e maquinário importado e trouxe para os holofotes a complexidade logística internacional combinada com a burocracia nos processos aduaneiros.
Investimento próprio na fabricação de embalagens de vidro
Apesar do crescimento de 12% no volume de vendas de bebidas alcoólicas nos anos de 2020 e 2021, a produção de vasilhames caiu 5% em 2020, de acordo com o IBGE, saindo de 7.708 milhões, em 2019, para 7.311 milhões de garrafas de vidro produzidas no Brasil, em 2020. O setor se viu, então, pressionado pelo desabastecimento no país.
Para os próximos três anos, os fornecedores pretendem investir na produção a fim de suprir a demanda e acompanhar o crescimento da indústria de bebidas. A estimativa é de que, em 2025, a produção brasileira de vasilhames chegue a quase 9.500 milhões, um crescimento de 22,5% quando comparado a 2019. Porém, a ABRABE e a KPMG alertam para a possibilidade da falta de vasilhame após o ano de 2025.