Em Niterói, você rema, ou conhece alguém que rema. Assim o niteroiense Tiago Martins define a relação do morador da cidade com o esporte. Recém-eleito presidente da Federação de Canoa Havaiana do Estado do Rio de Janeiro (FCHERJ), ele assume o cargo com experiência em produzir eventos esportivos e já tem planos e datas para competições e congressos que serão sediados em Niterói.
Martins começou a remar em 2018, curiosamente, após ser convidado para trabalhar na produção de uma etapa do campeonato estadual de canoa havaiana na cidade.
— Fui chamado para trabalhar na etapa realizada em Itaipu, na época. Aí me interessei em aprender a remar. Niterói tem tanto remador que eu entrei para um clube de canoas e só então descobri que meu irmão remava e, por coincidência, no mesmo clube — comenta.
O mandato de Martins à frente da FCHERJ vai até 2024. Ele promete muitos eventos para os praticantes do esporte. Segundo o esportista, hoje são mais de cinco mil remadores em Niterói, a maioria deles associada aos mais de 40 clubes de canoa havaiana que se espalham pelas praias. As preferidas, onde se concentram a maioria dos clubes, são as de São Francisco e Charitas. Mais abrigadas das ondulações, por sua localização na Baía de Guanabara, elas permitem o acesso das embarcações à água todos os dias do ano, independentemente de eventuais ressacas.
Essas condições favoráveis são vantagens na hora de organizar campeonatos. Esse é um dos fatores que ajudaram na escolha da Praia de São Francisco para sediar a segunda etapa da competição estadual deste ano, que acontecerá em setembro. A primeira será em março, em Saquarema. O campeonato é dividido em apenas duas etapas.
Em junho, Niterói será sede também de uma etapa do campeonato brasileiro de canoa havaiana. A praia que receberá a competição será a de Itaipu. Para o mesmo mês, Martins organiza um congresso sobre o esporte na cidade e planeja trazer competidores e remadores havaianos e polinésios para trocar informações com os brasileiros.
Martins explica que este tipo de canoa foi usada primeiro pelos polinésios, que acabaram chegando ao Havaí nessas embarcações. Apesar disso, o nome que pegou popularmente foi o de canoa havaina. Em Niterói, ele explica, a primeira canoa do tipo chegou em 2000.
— Foi a primeira canoa do Brasil. O Ronald Willian, que é de Niterói, trouxe uma da Califórnia. Ela chegou de navio pelo Porto de Santos e lá teve o modelo copiado para a produção de outras. Atualmente,ela ainda é usada em Niterói — conta Martins.