Restaurante Casanova conquista os amantes da gastronomia portuguesa

O restaurante é uma criação do chef Antonio Casanova, natural de Póvoa de Varzim em Portugal

Considerado há alguns anos como o melhor restaurante de gastronomia portuguesa de Niterói, o local também vem chamando atenção pelo espaço muito bem pensado nos mínimos detalhes, com uma área externa super agradável e um paisagismo relaxante. O belíssimo restaurante, tem projeto assinado pela renomada arquiteta Cristiane Adrião, misturando em seu interior bom gosto e requinte com a exposição de belas obras de arte, presentes por toda a casa.

História da casa



O restaurante é uma criação do chef Antonio Casanova, natural de Póvoa de Varzim, Portugal. Após oito anos funcionando num pequeno bistrô de apenas 6 mesas, no Jardim Icaraí, o tempero do português atraiu tantos fregueses que o local ficou muito pequeno. Entretanto Casanova não poderia sair dali para qualquer espaço. Sua mudança foi estrategicamente muito bem pensada e realizada. Em novo endereço, na Av. Presidente Roosevelt em São Francisco, há cerca de um ano e meio, a casa passou a ter além de um amplo jardim e adega, sua capacidade aumentada para 80 pessoas. 

O cardápio faz uma excelente seleção de iguarias da cozinha portuguesa e como não poderia ser diferente o bacalhau é o carro-chefe. Novos pratos foram acrescentados ao menu do novo restaurante, como o arroz e espetadas de tamboril e gambas (que não é o bichinho comum em nossos, telhados, matas e florestas), polvo à lagareiro, bife ancho e prato vegano entre outras novidades. O leitão à moda da Bairrada está também disponível por encomenda. Desde 2016, o Casanova Gastronomia é o restaurante mais bem avaliado da cidade pelos clientes no site TripAdvisor.

Quando chegamos ao restaurante fomos recebidos por um jovem, com forte sotaque português, muito atencioso e gentil. Descobrimos ser um dos dois filhos de Antonio Casanova, que atravessaram o Atlântico para ajudar o pai na empreitada do novo restaurante. Logo após tivemos o grato prazer de conversarmos com o Chef Casanova e o papo foi agradabilíssimo, falamos sobre semelhanças e diferenças entre os dois países irmãos, de como era sua vida quando morava em Portugal e toda sua trajetória até chegar em Niterói, sem dúvida uma bela história. 

Alguns aspectos da casa nos impressionaram muito. A limpeza foi um deles, pois o restaurante brilhava e do teto ao chão tudo era muito limpo, incluindo as paredes o mobiliário e os vidros. Foi provavelmente o local mais cuidadosamente limpo que já entramos. O som ambiente não poderia ser mais agradável, com uma trilha sonora de intérpretes da música popular portuguesa, numa altura perfeita para uma boa conversa. Os garçons também nos surpreenderam pelo conhecimento e detalhes da culinária do restaurante, de sua carta de vinhos e pela simpatia e atenção prestadas na medida certa.

A casa pede um pequeno tour para podermos apreciar suas obras de arte (quadros e esculturas) que estão em exposição e a venda. Até os apoios sob os pratos são bem interessantes, pois trazem passagens da literatura portuguesa, com frases de diferentes poemas e versos de mestres da nobre literatura portuguesa. 

Logo após ‘namorarmos’ os espaços do restaurante, pedimos a primeira entrada, uma punheta de bacalhau preparada com lombo de bacalhau desfiado, cebola, alho, salsa, azeitona pretas e muito azeite. Ela vem acompanhada do Pão de Adelaide, um pão caseiro feito por Casanova, mas com receita familiar de dona Adelaide, mãe do chef, que é divino. Não tem como ir ao restaurante sem pedir esse pão para acompanhar qualquer prato que seja, aliás, essa é uma tradição portuguesa.

Em seguida pedimos o tradicional, mas não menos delicioso bolinho de bacalhau (muito sequinho e bem feito) e as pataniscas de bacalhau, que são lascas de bacalhau fritas (passadas no ovo, farinha e salsa). E depois, seguindo as dicas do Alexandre, garçom que nos atendeu magnificamente bem, harmonizamos as entradas e pratos com algumas taças de vinhos portugueses, todos de boa qualidade e com um preço bem justo. 

Como pratos principais fomos de bacalhau com natas, que são lascas de lombo de bacalhau, creme branco, batatas e cobertura de queijo parmesão gratinado e de bacalhau à lagareiro, prato típico com lombo de bacalhau, batatas ao murro, tiras de pimentão colorido, brócolis, alho e cebola miúda, assados no forno e regados com muito azeite, ambos estavam divinos. 

Para sobremesa nos trouxeram os tradicionais pastéis de Belém e o toucinho do céu, que é uma torta dos deuses feita de amêndoas e ovos.

Biblioteca sobre vinhos

A casa, além de contar com excelente carta de vinhos e adega, possui uma biblioteca com livros sobre o tema, algo bem interessante para quem deseja conhecer ainda mais sobre o preparo, armazenamento, procedência e o tipo das uvas que esses vinhos são feitos.  

Ao final da visita nossa constatação não poderia ser diferente: o restaurante Casanova é sem dúvida uma excelente dica aos amantes da fantástica culinária portuguesa, da arte e do bom atendimento. Essa deliciosa e acolhedora casa vem cada vez mais conquistando um lugar muito especial no coração dos niteroienses.

Decoração com muita arte

O restaurante tem seus ambientes assinados pela renomada arquiteta Cristiane Adrião, sendo uma ampla área ao ar livre com belo paisagismo, uma cozinha open e três espaços climatizados e em todos é marcante a presença de uma exposição permanente de obras artísticas. 

O Restaurante Casanova Gastronomia funciona de terça a domingo (almoço e jantar) e fica em São Francisco, na Av. Presidente Roosevelt, 139.

Telefone 3617-3964

Um pouco da história da culinária portuguesa

Durante o século XV, o Príncipe Henrique, o Navegador, ordenou que seus exploradores levassem para Portugal frutas, nozes e plantas exóticas das novas terras. 

Como resultado, a Era das Descobertas afetou dramaticamente a culinária em Portugal e em todo o mundo. Tomates e batatas foram levados para a Europa, abacaxi brasileiro foi introduzido nos Açores, pimentas cresceram em Angola, café africano foi transplantado para o Brasil, castanha de caju foi desembarcada na África e na Índia e até o chá foi apresentado aos europeus. 

Hoje, o gosto português por diversos ingredientes também é um legado do intercâmbio que havia na época. 

Entretanto outras culturas vinham introduzindo novos alimentos em Portugal há séculos antes disso. 

Os romanos (que pretendiam fazer da Península Ibérica o celeiro de Roma) levaram trigo e introduziram cebolas, alho, azeitonas e uvas por lá. 

Mais tarde, os mouros foram os primeiros a plantar arroz, figos e bosques de limões e laranjas. Também cobriram a província do Algarve com amendoeiras.