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4 de novembro de 2024

Estudo da UFF alerta para os riscos à saúde cardiovascular da substância usada em plásticos

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Estudo da UFF alerta para os riscos à saúde cardiovascular da substância usada em plásticos

 


No caso de recipientes que são levados ao micro-ondas, é preferível usar os de vidro, não os de plástico. O mesmo vale para garrafas de água e o uso de copos. A pretensão não é sobre banir completamente o uso de plástico, mas, sem dúvidas, minimizar o seu uso


As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e, à medida que novos fatores de risco emergem, cientistas se esforçam para entender as influências mais sutis por trás desses problemas. Nos últimos anos, estudos científicos alertam para os impactos do bisfenol A (BPA), uma substância presente em plásticos e resinas, no sistema endócrino humano. Com as regulamentações cada vez mais rígidas sobre o uso do BPA, a indústria química introduziu o bisfenol S (BPS) como principal alternativa. No entanto, uma pesquisa pioneira desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Morfologia e Metabolismo e pelo Laboratório de Ciências do Exercício da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica que o BPS pode ser tão prejudicial quanto o seu antecessor, especialmente para o coração.


Em sua tese Efeitos da exposição ao bisfenol S e dieta hiperlipídica no remodelamento cardíaco”, a biomédica e doutora em Ciências Biomédicas pela UFF, Beatriz Alexandre-Santos, investigou os efeitos da exposição ao BPS no coração. A pesquisa revelou que o BPS pode causar remodelamento cardíaco, processo ligado a diversas doenças cardiovasculares, como hipertrofia cardíaca, fibrose e inflamação. Além disso, o estudo aponta que o BPS, quando combinado com uma dieta rica em gorduras, intensifica esses danos e agrava os fatores de risco associados à obesidade. 


Substituto perigoso


O BPA é amplamente conhecido pelos seus impactos negativos ao meio ambiente e à saúde. A exposição à substância pode provocar distúrbios hormonais, complicações reprodutivas, câncer, doenças cardíacas e diabetes. Em decorrência disso, uma série de regulamentações e restrições foram estabelecidas a respeito do uso em produtos plásticos, como embalagens alimentícias e mamadeiras. Contudo, a indústria passou a utilizar o BPS como principal substituto, sem a mesma regulamentação rigorosa. “Embora o BPS tenha sido introduzido como uma alternativa segura ao BPA, nossos estudos mostram que ele pode ser igualmente prejudicial, especialmente no que diz respeito à saúde do coração”, alerta Alexandre-Santos.


O BPA e o BPS compartilham estruturas químicas muito semelhantes, tendo ambos os compostos fenólicos ligados por um grupo central. A principal diferença estrutural entre eles está no grupamento sulfonil encontrado no BPS, enquanto o BPA não tem essa característica. Embora essa mudança tenha sido introduzida para criar uma alternativa ao BPA, permitindo que os produtos fossem rotulados como “BPA Free”, os efeitos do BPS levantam novas preocupações.


Motivada pela crescente preocupação com as doenças cardiovasculares, que, segundo o Ministério da Saúde, são responsáveis por 30% dos óbitos no Brasil, a pesquisa, realizada com camundongos, mostrou que a exposição ao BPS, quando associada a uma dieta hiperlipídica, típica de sociedades que consomem alimentos ultraprocessados e ricos em gordura, potencializa os danos cardíacos. “Nós observamos que a combinação da obesidade com a exposição ao BPS intensifica a hipertrofia e a fibrose cardíaca, condições que podem evoluir para doenças cardiovasculares graves, como insuficiência cardíaca”, pontua a biomédica.


O projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e foi orientado pela professora do Departamento de Morfologia, Eliete Dalla Corte Frantz; pelo professor de Histologia e Embriologia do Instituto Biomédico, D’Angelo Carlo Magliano; e pelo professor do Departamento de Fisiologia e reitor da UFF, .Antonio Claudio Lucas da Nóbrega.


Composto ainda não possui regulamentação


Um dos pontos de maior preocupação apontados pela pesquisa é o fato de o BPS estar presente em produtos usados no dia a dia, como embalagens de alimentos, garrafas plásticas e papéis térmicos, sem qualquer regulamentação específica. 


“Diferente do BPA, que tem um limite seguro de exposição estabelecido e legalmente existem agências regulamentadoras que controlam a utilização desse composto, o BPS não é regulamentado. Nossa descoberta aponta que até pequenas doses dessa substância podem ser prejudiciais, especialmente a longo prazo. Por isso, um dos objetivos da pesquisa é construir um corpo de evidências que possa ser útil para futuras regulamentações”, explica a pesquisadora.


De acordo com Alexandre-Santos, estudos epidemiológicos anteriores indicam que mais de 80% da população mundial tem traços detectáveis de BPS na urina. “A exposição ao BPS é onipresente, presente em embalagens de alimentos e bebidas, e mesmo em itens de cuidados pessoais. Isso significa que as pessoas estão correndo riscos diários de desenvolver problemas graves de saúde”. 


Os principais desafios para a regulamentação do BPS, em contraste com o BPA, giram em torno da necessidade de um corpo de evidências científicas robusto. Além disso, há desafios  significativos, como o engajamento de agentes públicos e da sociedade em geral para que o tema entre na agenda da saúde pública e da preservação do meio ambiente. Outro obstáculo é a questão da exposição ambiental: independentemente de ações individuais para minimizar o uso de plásticos, a população está amplamente exposta ao BPS devido à sua presença disseminada no ambiente. Portanto, a regulamentação eficaz precisa considerar tanto os impactos diretos na saúde quanto os desafios mais amplos de poluição ambiental.


Possíveis soluções


A eliminação completa do uso de plásticos no cotidiano pode ser impraticável, mas há medidas simples e eficazes que diminuem os riscos à saúde. “A gente primeiro precisa ter clareza de que os plásticos não são vilões. Toda vez que apresentamos os nossos dados e conversamos um pouco sobre o nosso estudo, as pessoas ficam assustadas e querem banir completamente o uso de plástico na vida delas, mas isso não é possível em termos práticos, além de não ser o propósito da pesquisa. Não queremos gerar terrorismo sobre o uso de plástico, mas conscientização”, explica a pesquisadora.


Uma das recomendações mais importantes é evitar o aquecimento de alimentos em recipientes plásticos, seja no micro-ondas ou no forno, já que essas ações reduzem a exposição ao BPS, tendo em vista que os recipientes plásticos, quando esquentam, liberam mais bisfenol e outros compostos. 



“Um ótimo exemplo é: no caso de recipientes que são levados ao micro-ondas, é preferível usar os de vidro, não de plástico. O mesmo vale para garrafas de água e o uso de copos. A pretensão não é sobre banir completamente o uso de plástico, mas, sem dúvidas, minimizar o seu uso”, sugere Frantz, orientadora da pesquisa.










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Por Mauricio Jose 12 de março de 2025
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