Número de pacientes que usam cannabis medicinal no Brasil cresce 56% em um ano
Receba as matérias do
Jornal Agito pelo WhatsApp
(grupo sem interação, só o administrador pode postar)
O Brasil alcançou um recorde em 2024, com 672 mil pacientes utilizando cannabis medicinal, segundo o anuário da Kaya Mind. Esse número representa um crescimento de 56% em relação ao ano anterior. O setor movimentou R$ 853 milhões, com projeções de atingir R$ 1 bilhão em 2025, destacando sua força e expansão no mercado de saúde.
Os pacientes que usam cannabis medicinal estão distribuídos em aproximadamente 80% dos municípios brasileiros. O avanço da regulamentação, como a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite o cultivo da planta para fins medicinais, tem contribuído para a diversificação dos produtos disponíveis no país. Este ano, 413 empresas estrangeiras exportaram itens para o Brasil, ampliando as opções terapêuticas.
Maria Eugenia Riscala, CEO da Kaya Mind, enfatiza o impacto positivo na saúde:
“A expansão da cannabis medicinal é visível não apenas em números, mas na forma como a medicina integra essas opções de tratamento à rotina dos pacientes.”
Entre os produtos disponíveis, há mais de 2.180 opções, incluindo óleos, sprays, cápsulas e tópicos. No entanto, quase metade dos pacientes (47%) ainda depende de importação, enquanto 31% obtêm os produtos em farmácias e 22% recorrem a associações, que têm papel fundamental no acesso para quem não pode arcar com altos custos.
Jonadabe Oliveira da Silva, vice-presidente da associação TO Ananda, no Tocantins, observa que o preconceito contra o uso medicinal da cannabis tem diminuído:
“Pessoas mais conservadoras estão quebrando tabus ao perceberem a eficácia do tratamento.”
Criada há dois anos, a TO Ananda oferece apoio a pacientes e famílias, com parcerias da Defensoria Pública e da Fiocruz, e planos para expandir sua atuação em 2025 com novos laboratórios e universidades.
A experiência de pacientes com o óleo de cannabis tem impulsionado histórias transformadoras. Silva, por exemplo, está em transição de carreira, saindo da área de cabeleireiro para estudar o cultivo e o mercado da cannabis medicinal.
O segmento, que movimentou apenas R$ 144 milhões em 2021, mostra um crescimento exponencial, com um cenário cada vez mais favorável à inclusão da cannabis medicinal como parte das terapias oferecidas no Brasil. Além de ampliar o acesso, as iniciativas regulatórias e associativas estão ajudando a consolidar o país como referência global nesse mercado.
